Mente e coração
“... Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio,
purificai-vos e mudai as vossas vestes.” (Gênesis 35.2b)
Instrução básica
Gn 35:1-7
Texto e contexto
A história narrada aqui é a
certeza de que Jacó agora era um novo homem, não mais o antigo, que fazia
vistas grossas para o seu pecado e o de sua familia. Jacó chamou toda sua
familia e exigiu purificação de todos: “Lançai fora os deuses estranhos...
puridicai-vos e mudai as vossas vestes.”
Comportamento bem diferente do
que adotou quando saiu de Padã-Arã. Naquela ocasião, Jacó saiu escondido de
Labão, só avisou às suas esposas que arrumassem as coisas que iam embora. Ele
nem era reconhecido como um servo de Deus de Abraão e Isaque. Veja como Labão
se refere ao sonho que teve: “O Deus de vosso pai me falou” (Gn 31:29, ele não
diz: “o seu Deus”.
Aqui encontramos um homem temente
a Deus, transformado. Ele assume seu compromisso e sabe que não existe lugar em
sua vida para uma adoração paralela a outros deuses e convida sua família a
fazer o mesmo e abandonar a velha vida.
“O arrependimento envolve a
renúncia de qualquer coisa que impeça ou atrapalhe a adoração e o culto a Deus.
A exigência primária da aliança é a lealdade exclusiva a Deus (Êx 20:3-5; Js
24:23).” Este texto mostra que Jacó agora era um homem transformado e queria
conduzir toda a sua família num propósito de purificação e adoração a Deus.
Texto e vida
Quando lemos esta passagem, nos
deparamos com o milagre da conversão. A conversão nos nossos dias tem sido
banalizada. Qualquer um diz que é cristão, mas não tem nada a ver com Cristo,
com ser separado, ser santo. É urgente que no meio da igreja haja purificação,
haja reconhecimento de que estamos guardando ídolos, escondendo deuses
estranhos, usando vestes do velho homem.
Essa santificação pode começar na
vida de cada um de nós, nas nossas casas, nas nossas classes de escola
dominical, nas nossas reuniões. Quais são os deuses escondidos no meio de nós?
Quais são as vestimentas do velho homem que precisam ser lançadas fora? Quais
pecados nos parecem tão familiares que nem nos envergonhamos por cometê-los?
Vamos lá! É tempo de deixar a
vida do velho homem e nos revestir de novo homem, criado por Deus, em justiça e
retidão (Ef 4:20:24)
Foco
- Entender que ser cristão exige renúncia das nossas velhas manias pecaminosas;
- Assumir o compromisso de um testemunho cristão que influencie o meio onde vive.
Esquentando os motores
Comece a aula com a seguinte
dinâmica. Escreva numa cartolina a palavra trapaça.
Forme um círculo com seus alunos e dê uma caneta para cada um. Peça a eles que
escrevam em volta da palavra atos que sejam de trapaça.
Provavelmente, escreverão
atitudes relacionadas à política, mas vá incentivando-os para que cheguem aos
atos do cotidiano, aquelas “pequenas infrações” pelas quais a maioria das
pessoas nem se sente culpa: mentirinha, furar fila, colar e passar cola, pegar
canetas de estabelecimentos, sonegar impostos, passar no sinal vermelho, etc.
Todos perceberão que a trapaça existe em todos os níveis da sociedade e pode
ser exercida de uma maneira que até fique parecendo normal, nada demais.
Jacó era o típico espertalhão.
Quando lemos os textos que contam as suas enganações, acabamos por achar que
Esaú era um atrapalhado, que não ligava para os valores da família (Gn
25:27-34; 26:34-35), ele merecia perder o direito de primogenitura. Mas isso já
havia sido avisado no seu nascimento, Rebeca já sabia que o mais novo estaria
em posição superior al mais velho. Então, mesmo que Jacó não fizesse nada, ele
já teria o direito. É difícil explicar isso, mas nossos atos de trapaça náo
justificam os fins. Jacó passou a juventude inteira fugindo, deixou seu pai com
um sentimento terrível quando percebeu que não tinha dado a bênção a Esaú (Gn
27:33) e continuou no seu mundo de trapaças.
Jacó levou muitos anos para
perceber que a sua esperteza um dia o deixaria em apuros e foi assim que ele se
sentiu. Ele foi esperto com Esaú, mas Labão também usou de esperteza com ele,
seu uma de “João sem braço”. Muitas vezes ele experimentou do próprio veneno.
Além disso, ele não aguentava mais viver sob o senhorio de Labão e seus
filhos, mas tinha medo de voltar para o meio da sua familia. Os atos falhos e
as pequenas infrações nos colocam numa bola de neve, que parece não ter fim.
Partida
Vocês sabem o que quer dizer a
expressão “jeitinho brasileiro”? Trapacear, enganar, levar vantagem em tudo.
Pois é, Jacó viveu tantos séculos antes do Brasil existir e tinha o “jeitinho
brasileiro”.
- Ele se aproveitou da fome do irmão;
- Com sua mãe, enganou o pai e, de novo, passou a perna no irmão;
- Soube dar o troco quando o seu sogro e cunhados queriam tirar vantagem à custa do seu trabalho;
- Quis até mesmo fazer barganha com Deus. Ou seja, ele sempre queria levar vantagem.
Nota: Alguns confundem o “jeitinho
brasileiro” com a capacidade de se adaptar a tudo. Mas, na verdade, há vários
textos explicando que o “jeitinho brasileiro” é aquele de dar uma de esperto,
de seguir a lei de Gérson e levar vantagem em tudo.
O
jeitinho
“Na prática, o “jeitinho” é uma
maneira de a pessoa se colocar entre o certo e o errado. Ela sabe que o que
está fazendo não é moralmente correto, mas perdoa a si mesma porque sabe que
estará saindo na vantagem.”
“Jeitinho brasileiro” é igual a
trapacear. Exemplo: furar fila, levar o troco a mais, colar na prova,
falsificar assinatura, jogar lixo na rua, tirar proveito do professor, dos
pais, dos irmãos, dos colegas, só para se dar bem. E dizer: “Não foi errado, só
dei um jeitinho.”
O trapaceiro começa com pequenas
mentiras, até se tornar um grande mestre da trapaça. Jacó era bom nisso, mas já
estava todo enrolado e com medo.
Jacó nada mais fez do que tirar
vantagem de Esaú. Primeiro, se aproveitou da fome de Esaú. Depois, até se
asustou com a orientação de Rebeca para que tomasse o lugar do seu irmão, mas,
mesmo assim, ele foi. Teve tempo para mudar de ideia enquanto buscava os
cabritos, enquanto Rebeca cozinhava e enquanto pegavam as peles. Mas, para quem
já tinha enganado uma vez, não foi difícil enganar de novo.
No
ringue
Aquele que começa com mentira
acaba se tornando um grande mentiroso, sem peso nenhum. O encontro de impacto
com Deus talvez seja uma luta longa, faz do homem acostumado a pecar uma nova
criatura.
Frank Abagnale “Prenda-me se
puder” foi um trapaceiro de sucesso dos 16 aos 22 anos. Começou com
falsificações de cheques, de assinaturas, de identidade, de profissão e viajou
o mundo aplicando golpes. Ficou preso durante cinco anos. Percebeu que sua vida
no crime seria sempre de fuga e mudou de rumo. Hoje é um milionário, porque
ensina as empresas a evitar as fraudes. Na história dele nada indica que houve
conversão, apenas é um bom exemplo de que a vida de trapaça é sempre
conturbada. Não há paz na vida do trapaceiro e falsificador.
Pensando bem, todos nós gostamos
um pouco do antigo Jacó. Ele se virava bem com aquela mania. Porém, ele mesmo
não estava bem, vivia cheio de temores desde a adolescencia. Quando bem, vivia
cheio de temores desde a adolescência. Quando lutou com Deus, viu quanto o
Senhor o amava, pois não o matou, então percebeu que era hora de deixar
qualquer outra opção de lado e seguir em frente como servo de Deus vivo, o
mesmo que o tinha abençoado durante todos os anos de sua vida.
Uma hora ou outra a casa cai para
os mentirosos, manipuladores, enganadores, deturpadores da verdade. Sempre
haverá a descoberta. E aí? Como enfrentar? Fugis? E se não houver para onde
fugir?
Vocês já viveram alguma situação
da qual gostariam de fugir, colocar a cabeça num buraco para se esconder de
tanta vergonha? Acho que foi o seu dia de Jacó, de tão esperto que eram,
ficaram com medo de enfrentar a situação. Vocês estão no ringue para lutar
contra o peso pesado, e agora? Leia: Ef 4:20-24; Hb 10:26-27 e 1Jo 1:9
Pit Stop
Nenhum tipo de trapaça tem lugar
na vida de quem teve um encontro com Deus. Nossa vida não é flex* como os carros.
Chegada
O censo revela que o número de
evangélicos cresceu, mas o nosso país continua sendo um dos mais corruptos do
mundo. Onde estamos nós? Nada muda nas nossas vidas, continuamos no mesmo mundo
de sempre, guardamos nossa raiva, nossas rixas, nossos jeitinhos, mantemos
nossa natureza intacta. Entramos e saímos de culstos e mais cultos e nada nos
confronta. Quanto a igreja se levantar, quando nós ouvirmos a voz de Deus, a
igreja será transformada, a nossa sociedade será tocada e sentirá o “bom
perfume de Cristo”.
“A sociedade muda quando os
indivíduos que vivem nela mudam.”
A nossa sociedade tem se
corrompido cada dia mais. Isso não é um erro apenas dos políticos. A corrupção
começa dentro dos lares. Quando nos encontramos com Deus isso tem de mudar. É
uma luta, mas não há como sair do encontro com o Senhor sem transformação.
A mudança na vida de Jacó não foi
benefício só para ele, foi também para sua família, para as terras por onde ele
passava e se estendeu a toda a sua geração e atravessou os séculos.
Quanto nós, cristão, formos sal e
luz nesta sociedad corrompida, ela também começará a mudar.
Um pouco mais
Tivemos também a participação de
Igor Santos dando sua palavra sobre o impacto da pirataria na vida dos artistas
e o que Deus falou com ele sobre não ser certo baixar músicas sem concentimento
do artista. Antes ele sempre baixava e depois desta confirmação de Deus, nunca
mais baixou. O interessante é que depois desta decisão, passou a ganhar muitos
CDs.
Bíblia e a família
Converse com a sua família sobre
o tema desta lição, sobre a postura que os cristãos têm de tomar numa sociedade
corrompida e não se deixar enredar no erro, com a desculpa de que é somente um
jeitinho.
Orem a respeito da urgência que
temos em mudar, para que a nossa sociedade seja também abençoada no convívio
com a igreja.
Fiquei encantada com esse blog e com a lição. eu nem sabia que ele existia . vou visitá-lo sempre!!! parabéns pessoal da upa . tirem proveito dele e divulguem para seus amigos. vamos compartilhar . parabéns Aristeu !!!
ResponderExcluirObrigado Jael!
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